
A democracia precisa ser respeitada
Foto: Paulo Pinto / Fotos Públicas - Ato pró-democracia na USP (11/08/2022)
A jovem democracia brasileira passa pelo maior teste de sua história. As eleições presidenciais do último dia 30 foram vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato da oposição, com a menor diferença de votos em um segundo turno desde a redemocratização do país.
Lula recebeu mais de 60 milhões de votos e o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), chegou na casa dos 58 milhões. O que representa uma diferença superior a 1%, com respectivos 50,9% e 49,1% dos votos válidos.
O ex-presidente Lula foi declarado vitorioso pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda na noite do dia 30/10. Imediatamente multidões tomaram as ruas nas principais cidades do país para comemorar o resultado. Porém, simpatizantes do atual presidente iniciaram protestos antidemocráticos e começaram a bloquear rodovias em vários estados, motivados sobretudo pelo silêncio de Bolsonaro diante da derrota. São movimentos ilícitos e golpistas que reivindicam intervenção militar no país.
Tais manifestações não causaram surpresa. Por diversas vezes ao longo de seu governo Bolsonaro atentou contra a democracia e inflou seus seguidores contra as instituições. Somente dois dias após o fim das eleições o presidente se pronunciou, mas sem admitir claramente o resultado. Coube ao ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), comunicar à sociedade que o processo de transição entre os governos seria iniciado.
Ao longo desta semana os bloqueios de rodovias arrefeceram e os ânimos parecem começar a esfriar. Contudo, ainda existem focos de protestos contra os resultados das eleições em algumas praças e locais próximos às sedes das forças armadas, como já ocorreu durante o feriado do Dia de Finados.
Não é do dia para a noite que a sociedade brasileira vai se recuperar dos ataques antidemocráticos dos últimos anos. É preciso o retorno da normalidade social. Defender a democracia e o estado democrático de direito é dever de cada cidadão. A pátria e a bandeira verde e amarela são de todos e todas e a vida deve seguir após a eleição como acontece desde 1989. Pelo bem do Brasil.
Fonte: Sindifisco DS Curitiba
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