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Pessoas com Down devem ter prioridade na vacinação, defende Auditora
Maria de Lourdes Jakobowicz teve dois filhos com Trissomia do Cromossomo 21 e alerta sobre a necessidade de o grupo ser vacinado contra a Covid-19. DS Curitiba apoia o movimento
No dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, deficiência causada por uma alteração genética na divisão celular durante a divisão embrionária. A pessoa com a Trissomia do Cromossomo 21 (como também é conhecida a síndrome) tem como características olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual.
Não se sabe até hoje o porquê de haver essa alteração genética. Outro ponto importante é que não existe nenhum tipo de comportamento por parte dos pais que possa causar a Síndrome de Down (SD), sendo que ela é a mais comum que existe, ocorrendo uma vez a cada 700 nascimentos.
As pessoas com SD tendem a ter uma imunidade mais baixa, ficando doentes com mais facilidade. Assim como qualquer outra enfermidade, o novo coronavírus (Covid-19) tem preocupado pais, familiares e médicos sobre os riscos das pessoas com Down de desenvolverem a forma mais grave da doença. É o caso da Auditora Fiscal Aposentada Maria de Lourdes Jakobowicz, de 81 anos, que teve dois filhos com a deficiência (Karina — já falecida — e Marcelo, de 39 anos).
“Eu fiz uma campanha, junto com a Associação para o Desenvolvimento Integral do Down, para vacinarmos as pessoas com Down. Um geneticista aqui de Curitiba, que participou da campanha, também defende a vacinação”, conta Maria, que prossegue: “Nós queremos vacinar os adultos, pois depois dos 30 anos eles já possuem uma imunidade de alguém que tem 50, 60 anos, ficando mais vulneráveis ao vírus”.
![Marcelo, filho da Auditora Fiscal Aposentada Maria de Lourdes Jakobowicz](/media/curitiba/images/WhatsApp Image 2021-03-30 at 14_48_23 (1).jpeg)
De acordo com Conceição Aparecida Rodrigues, professora do Marcelo há 30 anos, a pandemia tem prejudicado ainda mais o desenvolvimento das pessoas com Down. “O prejuízo maior para eles é a questão do relacionamento. O que ajuda no desenvolvimento é o social, ter a convivência da escola, dos colegas, e como eles estão isolados isso prejudica muito”, explica Conceição.
A Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe) atua nas áreas de prevenção, saúde, atendimento especializado e socioassistencial a pessoas com deficiência intelectual e múltipla deficiência. A instituição é uma das beneficiadas com as doações da DS Curitiba durante a pandemia, com cestas básicas que são entregues para as famílias dos alunos. A DS Curitiba é a maior doadora de cestas básicas da Fepe. Saiba mais sobre as doações da entidade clicando aqui.
“Eu fiz um apelo para a nossa diretoria da DS Curitiba, para ver se conseguimos que eles [pessoas com SD] sejam vacinados o quanto antes”, afirma Maria. Assim como nossa filiada, a DS Curitiba também defende que as pessoas com Down sejam vacinadas o mais breve possível, uma vez que elas possuem dez vezes mais riscos de desenvolverem a forma grave da doença e morrerem, segundo estudo divulgado em outubro de 2020. Caso não houvesse a ineficiência do Governo Federal na aquisição de vacinas, e até mesmo com a recusa de 70 milhões em agosto de 2020, esse e outros grupos prioritários já poderiam estar imunizados.
A melhor forma de celebrarmos as pessoas com SD é colocá-las como prioridade neste momento tão crítico ao qual atravessamos. O fato de a vacinação ter começado pelos profissionais da saúde e idosos é correta. Entretanto, existem outros grupos tão vulneráveis quanto estes, como é o caso das pessoas com Down.
A DS Curitiba se solidariza com a nossa filiada Maria de Lourdes, que batalhou toda uma vida para a criação de seus filhos, vencendo o preconceito e trabalhando para o seu pleno desenvolvimento. Aos que não tiveram a honra de conhecê-la, Maria passou por uma situação única, rara, de ter um casal de filhos, em períodos distintos, com a SD. “Não foi fácil, e a nossa luta continua. Eu tenho 81 anos, mas sinto como se tivesse uns 50. A gente sempre vai atrás das coisas, vai lendo, escrevendo. Acho que é por isso que não envelheci da mente. Os meus filhos me beneficiaram”, finaliza Maria.
Veja abaixo o vídeo do Marcelo, filho de Maria de Lourdes, em celebração ao 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down.
Tipos de SD
Existem três tipos de SD, sendo elas:
- Trissomia 21 simples, que afeta entre 93 e 95% dos casos, em que todas as células do indivíduo têm 47 cromossomos;
- Translocação, que atinge cerca de 4 a 6% dos casos, em que o cromossomo extra do par 21 fica aderido a outro cromossomo;
- Mosaico, mais raro, que ocorre de 1 a 3% dos casos, em que apenas parte das células é afetada pela alteração genética, ficando algumas com 47 cromossomos e outras com 46.
Fontes:
Dráuzio Varella: https://bit.ly/3m7KPV3
Fiocruz: https://bit.ly/2PGZeeQ
Movimento Down: https://bit.ly/39sSdoW
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