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Como o enriquecimento dos bilionários durante a pandemia afeta os mais pobres?

O relatório O Vírus da Desigualdade, feito pela Oxfam e apresentado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, aponta como se deu o enriquecimento dos bilionários no mundo e como foi rápida a recuperação das fortunas dos mesmos, após perdas causadas pela pandemia e, paralelo a isso, como será longa e sofrida recuperação da parcela mais pobre da população.
 
Mais do que isso, o material também traz insights sobre o que efetivamente precisa ser feito para que consigamos enfrentar esse cenário e evitar a tragédia social que se aproxima em ritmo acelerado e assustador.
 
Acompanhe a leitura para conhecer mais sobre o nosso trabalho e fazer parte desse movimento de mudança!
 
Qual foi o tamanho do enriquecimento dos bilionários em 2020?
 
De acordo com levantamento do banco suíço UBS e da PwC, divulgada em 07 de outubro de 2020, o número de bilionários espalhados pelo mundo passou de 2.158, em 2017, para 2.189, em 2020. O que chama atenção não é exatamente o enriquecimento dos bilionários, mas o fato dele ter acontecido paralelo à pandemia da Covid-19, que levou milhões para a extrema pobreza.
 
A pesquisa também revela que o patrimônio acumulado dessas pessoas, em junho 2020, atingiu o valor de US$ 10,2 trilhões, o que representa um recorde. O pico anterior foi registrado em 2017, com US$ 8,9 trilhões. O estudo ainda passa pelo encolhimento desses patrimônios, no início da pandemia, e suas recuperações.
 
De acordo com o ranking da Forbes, o país que concentra maior número de bilionários segue sendo os EUA, onde esses super-ricos acumulam fortuna de US$ 3,6 trilhões. China (US$ 1,68 trilhão), Alemanha (US$ 594 bilhões) e Rússia (US$ 467 bilhões) vêm em seguida. Os bilionários Brasileiros representam uma fortuna de US$ 176,1 bilhões, valor 38% superior aos US$ 127,1 bilhões registrados em 2019.
 
Outro marco de 2020, e que merece atenção, é o patrimônio pessoal de Jeff Bezos, que chegou aos U$ 200 Bilhões. O resultado nunca tinha sido atingido por uma única pessoa.
 
O que possibilitou a recuperação e enriquecimento dos bilionários?
 
De acordo com o relatório mencionado acima: “Desde o final de março, os enormes pacotes de estímulo fiscal e flexibilização quantitativa dos governos geraram recuperação nos mercados financeiros.”.
 
Um pacote que pode ser usado como exemplo e ajuda a justificar a permanência dos EUA na liderança, sempre com uma grande distância do segundo colocado, é o auxílio econômico sancionado pelos Estados Unidos contra o coronavírus.
 
Reportagem da Forbes Brasil, publicada em outubro de 2020, afirma que: “Uma brecha na legislação de março permitiu que os milionários se beneficiassem da quantia de cerca de US$ 1,7 milhão do governo norte-americano. Desde então, outras 133 grandes empresas receberam US$ 5 bilhões do Tesouro do país”.  
 
As estratégias de socorro para as grandes corporações do Reino Unido também podem ser usadas como exemplo: “os pacotes de estímulo do governo no valor de mais de £ 16 bilhões (US$ 20,6 bilhões) foram diretamente para empresas de propriedade de bilionários.”
 
Outro fator importante na recuperação do patrimônio dos bilionários, durante o ano de 2020, foi a valorização de ações na bolsa. Em setembro de 2020, a Oxfam divulgou que enquanto parte da economia mundial sofria uma queda decorrente da crise sanitária vivida pelo mundo, algumas das maiores corporações do mundo chegavam a lucros imensos.
 
“A maior parte desses lucros excepcionais devem ser distribuídos para os acionistas. Nós estimamos que cerca de 90% desse dinheiro será compartilhado entre eles, uma escolha que tem consequências, afinal exacerba as desigualdades e faz com que a fortuna dos que já são ricos aumente ainda mais”, afirma o porta-voz da Oxfam na França, Quentin Parinello. “Nosso relatório mostra que os 25 bilionários mais ricos do mundo ficaram US$ 255 bilhões mais ricos durante a crise, e considerando apenas até meados de maio.”
 
Davos e todo o seu potencial de advocacy
 
Antes de falarmos sobre o relatório Vírus da Desigualdade, é importante que olhemos especificamente para o evento. É importante olharmos para Davos. Dessa forma, será possível compreender como é estratégico para Oxfam estar presente como um dos pontos de destaque da ocasião.
 
O Fórum Mundial Econômico acontece anualmente, há 50 anos, em Davos, na Suíça. Seu idealizador, o economista alemão Klaus Schwab, tinha a intenção de reunir autoridades da política, do setor empresarial, intelectuais renomados e jornalistas de diferentes partes do mundo, para debater os rumos da sociedade.
 
Entre 1971 e 2021, Davos tornou-se uma das mais respeitadas ocasiões do calendário político/econômico mundial, com direito à presença de muitos dos políticos mais influentes e empresários mais ricos do mundo.
 
Lá, são debatidos direcionamentos econômicos e sociais para o mundo e, por isso, poder apresentar dados e propostas de ações para essa plateia representa uma forte estratégia de advocacy.
 
O Vírus da Desigualdade e como você pode ajudar no seu enfrentamento
 
O relatório Vírus da Desigualdade trouxe um retrato realista e muito esclarecedor sobre a recuperação do patrimônio de bilionários espalhados pelo mundo e da queda de milhões de pessoas para a extrema pobreza, que aconteceram simultaneamente e em decorrência da pandemia da covid-19.
 
No relatório são revelados dados estarrecedores, como o fato de que as 1.000 pessoas mais ricas do mundo levaram apenas 9 meses para recuperaram todas as perdas que tiveram por causa da pandemia da covid-19. Por outro lado, as pessoas mais pobres do planeta levarão no mínimo 14 anos para conseguir repor as perdas devido ao impacto econômico da pandemia.
 
Em todo o mundo, os bilionários acumularam US$ 3,9 trilhões entre 18 de março e 31 de dezembro de 2020 — a riqueza total deles hoje é de US$ 11,95 trilhões, o equivalente ao que os governos do G20 gastaram para enfrentar a pandemia.
 
Além desses e de diversos outros dados que merecem ser expostos, o material traz uma estratégia de reação que tem potencial de frear a entrada de milhões de pessoas em situações de vulnerabilidade, como acontece em constrangedora velocidade desde o início da pandemia.
 
“A pandemia escancarou as desigualdades – no Brasil e no mundo. É revoltante ver um pequeno grupo de privilegiados acumular tanto em meio a uma das piores crises globais já ocorridas na história”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil. “Enquanto os super ricos lucram, os mais pobres perdem empregos e renda, ficando à mercê da miséria e da fome.”
 

Fonte: Oxfam Brasil

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