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Receita acusa líder do governo na Câmara de ocultar R$ 2,2 milhões

Investigações motivaram a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar possíveis atos de corrupção
 
O jornal Folha de S.Paulo divulgou nesta semana que a Receita Federal do Brasil (RFB) investigou o deputado federal Ricardo Barros, do Partido Progressistas do Paraná (PP-PR), por supostas manobras financeiras para ocultar R$ 2,2 milhões. Segundo o jornal, as investigações do Fisco motivaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF), apurando possível lavagem de dinheiro.
 
As investigações da Receita começaram em 2018, tendo como base declarações de renda dele e de suas empresas no período de 2013 a 2015. O órgão aplicou uma multa de 3,7 milhões de reais, 150% do valor ocultado pelo parlamentar acrescido de juros de mora. Essa porcentagem é cobrada em casos de sonegação fiscal, fraude ou conluio, hipóteses levantadas pela RFB.
 
O Fisco solicitou ao parlamentar documentos que comprovassem a origem dos depósitos feitos em sua conta corrente. Barros até encaminhou alguns, mas não o suficiente para afastar as suspeitas de irregularidades.
 
Motivada pela investigação da Receita, a PF abriu um inquérito para investigar as movimentações de Barros, com suspeitas de que o valor é fruto de corrupção, “ante o grande volume de valores não justificados, em sua maioria em espécie, depositados na conta corrente do investigado”.
 
Ricardo Barros é deputado federal há mais de 20 anos, tendo apoiado os governos petistas, tucano, de Michel Temer e agora Bolsonaro. Ele integra o centrão, sendo um dos principais nomes do PP. Foi indicado pelo presidente como líder do governo na Câmara dos Deputados. O parlamentar nega as acusações, alegando ser “vítima do ativismo político que imperou nos órgãos de fiscalização nesse período recente. Condenaram e, após, elaboraram um relato para justificar a condenação.”
 
Nos últimos dias foi alvo de denúncia de outro parlamentar, Luis Claudio Miranda (DEM-DF), no escândalo da compra de vacinas da empresa indiana Covaxin.
 
CPI da Covid
 
O envolvimento de Barros no esquema foi denunciado por Miranda em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que apura irregularidades cometidas na gestão da pandemia. Inicialmente com foco na falta de oxigênio e no colapso de Manaus, a denúncia de superfaturamento e propina na compra do imunizante indiano deu um novo fôlego à comissão.
 
O irmão do deputado Miranda e servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, alega ter sido pressionado para que a importação da vacina fosse aprovada.
 
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, as doses da Covaxin, que inicialmente haviam sido oferecidas por US$ 1,34 por dose, saíram por US$ 15, valor que supera todas as vacinas já adquiridas pelo Governo Federal até o momento, inclusive mais cara que a Pfizer, que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello alegou ser cara demais na recusa de 70 milhões de doses, ainda em 2020. A farmacêutica ofereceu o imunizante por US$ 10, metade do preço praticado em outros países.
 
De acordo os irmãos Miranda, as suspeitas foram levadas para Jair Bolsonaro, que por sua vez teria citado que “era coisa do Barros” e que iria alertar a PF, o que não aconteceu. Agora, recai sobre o presidente a denúncia de prevaricação.
 
Ricardo Barros alega que não tem relação com o caso e que quer depor na CPI para explicar sua versão, inclusive solicitando ao Supremo Tribunal Federal que obrigue a comissão a ouvi-lo.
 
O ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, que também teria sido o autor do pedido de propina, foi preso em sessão da CPI na quarta-feira (7). Segundo a Folha, ele era uma indicação de Barros. Pazuello tentou exonerar Dias em outubro de 2020, mas Bolsonaro o manteve no cargo após pressões políticas.
 
Receita na CPI
 
A Revista Veja informou que o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), tem encaminhado à RFB requerimentos administrativos para que sejam listadas as empresas e sócios de uma série de alvos do inquérito. Calheiros já havia solicitado à Receita dois Auditores Fiscais para auxiliarem nos próximos passos da CPI, contribuindo para a fase de quebra de sigilos. Saiba mais clicando aqui.

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
 
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