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Vice Presidente da DS Campinas-Jundiaí fala sobre situação da mulher na sociedade atual

No dia 8 de março foi celebrado o Dia Internacional da Mulher. As origens desta celebração têm raízes nas lutas por emancipação feminista no final do século XIX e início do século XX. É uma data que nos lembra da resistência das mulheres frente à opressão e a luta pela igualdade de direitos. E, fundamentalmente, nos indica o caminho para a superação do machismo na vida cotidiana.
 
No último século, a mulher conseguiu importantes avanços sociais, como o direito ao voto, conquista de espaço no mercado de trabalho e na política, inclusive atualmente no comando de governos em países como Alemanha, Argentina, Chile, Brasil, entre outros.
 
Entretanto, a situação de grande parte das mulheres no mundo ainda é muito difícil, seja por questões políticas/econômicas ou mesmo cultural/religiosas. Casos de estupros, violência doméstica, restrição à vida social, imposição de forma de se vestir e de se comportar, proibição de frequentar escola, sob risco de serem apedrejadas ou fuziladas, ainda fazem parte da realidade de mulheres em muitas regiões do planeta.
 
O Brasil é um país que ainda discrimina as trabalhadoras quando não paga salários equivalentes aos dos homens na mesma função, quando não oferece os mesmos espaços nas direções, seja em espaços públicos ou privados. Discrimina, sobretudo, na violência sofrida no dia a dia no ambiente de trabalho, nas escolas, nos momentos de lazer e no próprio lar.
 
Violência não somente física, mas em simples comportamentos cotidianos que colocam a mulher em situação de inferioridade. De uma forma geral, achamos normal que as mulheres sejam as únicas responsáveis pelas tarefas domésticas e pela educação dos filhos. Também achamos normal que propagandas, músicas, programas de televisão e humoristas retratem a mulher como simples objeto sexual e/ou intelectualmente inferior ao homem.
 
O machismo arraigado na sociedade coloca, assim, todas as mulheres em situação de opressão, mesmo que velada.
 
Na atual gestão da DS Campinas/Jundiaí, duas Auditoras- Fiscais ocupam cargos na direção. A vice-presidente Maria Alice e a Diretora de Defesa da Justiça Fiscal e Seguridade Social, Cleide Moreira Ávila. Também compõem a direção da DS como diretoras suplentes as Auditoras-Fiscais Mariane Horner e Judith Donato.
 
Veja abaixo a entrevista com a Vice Presidente da DS Campinas/Jundiaí, Maria Alice Brasil, sobre a importância do Dia Internacional da Mulher.
 
 Qual a importância de se celebrar o Dia Internacional da Mulher no século XXI?
 
Infelizmente, em pleno século XXI, ainda convivemos com a discriminação sexual, em amplitude que vai desde a objetificação e exploração sexual de meninas até a mutilação. Os valores machistas estão impregnados em toda sociedade, no modo de produção, no consumo, na hierarquia das empresas, na ganância com os recursos naturais, nesta "ética" de desigualdade. Estes valores estão camuflados até mesmo dentro das próprias mulheres, corrompendo laços com sua intuição mais profunda, sua ligação com os ciclos, seu poder de interiorização e comunhão com o sagrado que existe em tudo e em todos. Portanto, o dia 08 de março é uma data para que nós, mulheres do mundo, não nos esqueçamos de quem somos.
 
Deixemos as flores na natureza! Não precisamos de presentes especiais (só de vez em quando...risos). Precisamos de respeito, puro, verdadeiro, inteiro!
 
Sem esquecer que homem e mulher habitam a mesma psique. O mundo é apenas o reflexo de cada um. O que precisamos é harmonizar estas duas forças, caso contrário um lado irá tiranizar o outro.
 
Em sua avaliação, qual situação da mulher na sociedade brasileira no que tange à igualdade de acesso ao mercado de trabalho, à remuneração e direitos?
 
 No Brasil, os estudos e pesquisas mostram que está ocorrendo uma evolução, mas ainda não se pode falar em igualdade. Curiosamente, as estatísticas mostram que o número de mulheres na administração pública é maior que o de homens. Mas, como exemplo, na Receita Federal, creio que a maioria dos cargos mais altos é, sem dúvida, ainda privilégio dos homens.
 
Ao que parece, as mulheres estão entrando cada vez mais no mercado de trabalho, mas com salários ainda mais baixos que os homens.
 
O que eu acho ainda muito alarmante no Brasil é a violência contra a mulher. A lei Maria da Penha já é uma evolução, mas ainda temos índices muito elevados, que podem ser ainda maiores, pois muitas mulheres deixam de denunciar a violência que sofrem em suas próprias casas.
 
Como você avalia a participação da mulher nos fóruns de decisão política?
 
Acho que a participação é cada vez maior, estamos enxergando mulheres em postos de comando, mas precisamos entender que as mulheres funcionam diferente dos homens. Somos iguais e somos diferentes. Por exemplo, enquanto o lado mais prático e imediatista pensa em reduzir custos e aumentar os lucros, o lado mais intuitivo e "cuidador" pensa em investimentos em creches no ambiente de trabalho, em escolas modelos onde deixar nossos filhos. Não devemos diminuir nossas qualidades inatas querendo ser mulheres que agem como homens no comando.
 
O que ainda falta avançar na sociedade para que seja superada a discriminação de gênero?
 
Como disse antes, a sociedade é reflexo do que ocorre dentro das pessoas. Tudo começa dentro de nós e se irradia para todos aqueles que estão  ao nosso redor. Precisamos abraçar esta causa de verdade, formar grupos, buscar a cura deste golpe violento que foi dado no feminino de cada um, homem e mulher, desde Eva até hoje. E assim formar um círculo virtuoso. 
 
Para terminar, cito um exemplo muito auspicioso, que mostra a força da mulher: Muhammad Yunus, banqueiro indiano, Nobel da Paz, acreditando que é impossível alcançar a paz com tanta miséria, criou o então Banco Grameen, que disponibiliza microcrédito, sem garantias, sobretudo para pequenos projetos de mulheres. Elas representam 97% dos 6,6 milhões de beneficiários e a taxa de recuperação é de 98,85%. Este banqueiro indiano observou que as mulheres, em situação de extrema dificuldade, eram muito mais comprometidas, fiéis a sua família e aos seus compromissos, persistiam em suas metas e quase sempre conseguiam melhorar as condições de vida de seu grupo próximo, enquanto que os homens, nas mesmas condições, muitas vezes abandonavam suas famílias ou caíam em vícios, não honrando seus compromissos.
 

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