No Brasil, negros são mais pobres, morrem mais e ganham menos que brancos
A população negra é maioria entre as pessoas pobres e extremamente pobres do país, bem como a que tem as maiores taxas de homicídio e a que ganha menos, se comparada com a população branca.
Para piorar, essa diferença racial vem se acentuando ao longo dos últimos anos no país.
Isso é o que mostra a quarta edição da plataforma Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, lançada nesta terça-feira (29/9) pelo Ipea, em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud Brasil) e a Fundação João Pinheiro.
O sistema reúne mais de 360 indicadores socioeconômicos sobre saúde, educação, renda, trabalho, habitação, vulnerabilidade, meio ambiente e desigualdade, entre outros.
Já ao se analisar a renda per capita, brancos ganham cerca de R$ 1.144,76 e negros, R$ 580,79. Os dados são da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“É um padrão de desigualdade entre brancos e negros e que se repete. São questões que a gente precisa discutir nas localidades”, ressalta, ao Metrópoles, a economista do Pnud Betina Barbosa.
Outro número que evidencia essa diferença racial destacada pela economista é a taxa de mortalidade por homicídios, que cresceu na população negra e diminuiu na branca.
Em 2013, a taxa a cada 100 mil habitantes era de 7,08 entre os brancos e de 19,34 entre os negros. Quatro anos depois, em 2017, passou para, respectivamente, 6,98 e 19,97.
A primeira edição do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil foi lançada em 1996. Desde então, outras duas versões foram lançadas, sendo a última em 2013. Esta é a quarta edição.
“A plataforma traz uma leitura dos diversos fatores sociais. É a primeira no Brasil que constrói a relação entre indicadores e agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável”, afirma Barbosa.
Fonte: Metrópoles
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