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A ameaça maior é o Ministério de Brancaleone

Guedes até agora não conseguiu tomar conta sequer da tartaruga do repasse de recursos aos vulneráveis, mesmo tendo no Estado brasileiro os maiores especialistas mundiais na matéria. Enrolou-se por duas semanas com o tema, escondendo-se atrás de falsas questões – o lero-lero de que haveria a necessidade de uma Medida Provisória para liberar os recursos.
 
A maior ameaça ao Brasil, neste momento, não são nem os arroubos de Jair Bolsonaro no Twitter e suas declarações contra o confinamento obrigatório, mas o Estado-Maior que ele trouxe para combater as duas maiores crises da história, a sanitária e a econômica.
 
Os desafios econômicos são enormes:
 
* um aumento crescente no déficit em transações correntes, que se ampliará com a redução do saldo comercial, já que a crise atual reduzirá o mercado de produtos manufaturados e as cotações de commodities. No acumulado de 12 meses até fevereiro, o déficit em transações correntes foi de US$ 52,9 bilhões. A balança comercial, mesmo antes do coronavirus, vinha registrando queda no saldo comercial. E não se terá o colchão dos investimentos externos para tapar o buraco. O país salva-se pelas reservas cambiais, que precisarão ser utilizadas com parcimônia.
 
* principal motor do crescimento mundial, e principal mercado para as commodities brasileiras, a China patina em incertezas. As estimativas é que, se não houver um desempenho notavelmente melhor até junho, há riscos da China enfrentar um desemprego de dois dígitos e o a primeira recessão oficial desde 1976. Algumas instituições, como a ANZ, da Austrália, chegam a estimar uma queda de 9,4% no PIB da China no primeiro trimestre, outra de até 2,1% no segundo.
 
* principal destino das exportações de manufaturados brasileiros, a economia dos EUA afunda.
* há revisões diárias do crescimento do PIB brasileiro em 2020. Algumas instituições chegam a estimar queda de 5%.
 
* as previsões mais otimistas indicam um aumento da taxa de desemprego para 13,3%.

Há  o enorme desafio de preparar a economia para o baque que vem pela frente. Haverá a necessidade de reconversão da indústria, de identificação dos setores que puxarão a economia daqui para frente, dos setores críticos que precisarão ser amparados, do uso sincronizado dos instrumentos de apoio ao setor, da melhor maneira de utilizar as reservas cambiais, de tornar eficientes as políticas de crédito.
 
Guedes até agora não conseguiu tomar conta sequer da tartaruga do repasse de recursos aos vulneráveis, mesmo tendo no Estado brasileiro os maiores especialistas mundiais na matéria. Enrolou-se por duas semanas com o tema, escondendo-se atrás de falsas questões – o lero-lero de que haveria a necessidade de uma Medida Provisória para liberar os recursos.
 
Até agora, coube ao Banco Central tomar algumas medidas para enfrentar o fogo imediato. O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) está amarrado, nas mãos de um presidente inepto, companheiro de farras de Eduardo Bolsonaro. O antigo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços é comandado por um assessor de Guedes, Carlos Costa, envolto em suspeitas na sua passagem pelo Inmetro. No site do MDIC, a última notícia é de 22 de janeiro, sobre uma reunião em Davos. O Ministério da Cidadania está com Onyx Lorenzoni, de uma mediocridade acachapante. O Banco do Brasil está nas mãos de Rubens Novaes, que só aparece quando endossa as asneiras de Bolsonaro.
 
E o que se tem pela frente, no pós-coronavirus, é um furacão.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, classificou a epidemia de Covid-19 como “a pior crise mundial desde a fundação da ONU”. A combinação de uma doença ameaçadora, com o impacto econômico amplia o risco de maior instabilidade, aumento da violência, aumento de conflitos.

É imperiosa a saída de Bolsonaro, não apenas por seu desequilíbrio patente. Há a necessidade de uma reestruturação no comando da crise, um conselho que junte os diagnósticos dos técnicos do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), BNDES, MDIC, Apex (Agência de Promoção das Exportações), dos economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de associações de classe representativas, como a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas), os setores especializados em tecnologia e na economia da saúde, como a Coppe, Poli, Fiocruz e outras universidades, e as instituições que podem atuar na ponta, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
 
Não se vence a guerra com um Estado Maior medíocre e sem uma estratégia clara.
 
 

Fonte: Jornal GGN

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