Políticos reagem à indicação de Democracia em Vertigem ao Oscar
O brasileiro Democracia em Vertigem foi indicado ao Oscar 2020 de melhor documentário. A produção, distribuída pela Netflix, retrata o processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sob o ponto de vista da diretora Petra Costa. Por isso, sua indicação despertou muitos comentários políticos nas redes sociais, com a oposição comemorando o reconhecimento do Oscar e a direita chamando o documentário de ficção. Veja abaixo o que os políticos disseram.
A indicação de Democracia em Vertigem, que já vinha se destacando com indicações a outros festinais internacionais de cinema, foi anunciada pelo Oscar na manhã desta segunda-feira (13) e ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. Em pouco mais de duas horas, foram mais de 236 mil tuítes sobre o Oscar, sendo mais de 26 mil sobre a produção brasileira e mais de 6 mil sobre a diretora Petra Costa.
A maior parte desses posts partiu de internautas que parabenizaram o feito da diretora brasileira, que pode ser a primeira mulher latino-americana a ganhar um Oscar, e comemoraram a visibilidade recebida pelo processo que alterou o rumo da política nacional ao tirar Dilma Rousseff do poder em 2016.
Entre esses internautas estão representantes da oposição como o ex-presidente Lula, que chegou a dizer que "a verdade vencerá". "O golpe contra Dilma e a democracia no Brasil vem sendo denunciado ao mundo e agora amplia horizontes", acrescentou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR). Na sua conta oficial, o PT argumentou que o "filme de Petra Costa mostra os bastidores do golpe contra a presidenta Dilma, assim como a prisão arbitrária de Lula e a ascensão de Jair Bolsonaro".
Os representantes da direita brasileira não fizeram tantos comentários sobre a indicação da produção brasileira ao Oscar. O ex-presidente Michel Temer (MDB) e o presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, ainda não comentaram o assunto. Os filhos de Bolsonaro também não. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que é aliada da família Bolsonaro, foi uma das poucas a falar sobre o Democracia em Vertigem e limitou-se a dizer que "todo mundo vai perder" com isso.
Os movimentos cívicos que contribuíram com o impeachment de Dilma, por sua vez, fizeram questão de questionar a veracidade da leitura feita pelo documentário de Petra Costa sobre esse fato. O Movimento Brasil Livre (MBL), que foi um dos principais articuladores do impeachment e recentemente rompeu a aliança com Jair Bolsonaro, por exemplo, chamou a produção de mentirosa.
"Uma farsa gigantesca que ignora milhões de brasileiros que foram às ruas contra o maior escândalo de corrupção da história, acaba de ser indicado ao Oscar", escreveu o MBL, que lembrou ter feito o próprio filme sobre o impeachment, o Não Vai Ter Golpe.
O Vem pra Rua seguiu o mesmo caminho do MBL, dizendo que a produção "trata-se de uma obra de ficção e não de um documentário". O movimento ainda ofereceu "um Oscar para cada brasileiro que lutou para derrubar o governo mais corrupto da história".
O PSDB seguiu o exemplo do MBL e do Vem pra Rua, chamando o documentário sobre o impeachment de ficção e fantasia.
Fonte: Congresso em Foco
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