Diretor da DS participa de entrevista sobre a reforma da Previdência
Na tarde desta quinta-feira (28), o Diretor de Comunicação da DS Curitiba, Carlos Oliveira, foi convidado a participar de uma entrevista na UFPR TV para falar sobre a reforma da Previdência. Acompanhado do professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná e membro do Conselho Fiscal da Associação dos Professores da UFPR (APUFPR), Rogério Miranda Gomes, eles discutiram os impactos dessa reforma para a classe trabalhadora em geral.
Na entrevista, os participantes discutiram a existência de um pacote do Governo Federal contra os trabalhadores. Depois da aprovação da PEC 95, que limitou os gastos do Governo, veio a Reforma Trabalhista e as mudanças nas relações de trabalho que geraram uma grande insegurança para os trabalhadores, que agora estão à mercê das novas regras que permitem, entre outras coisas, o trabalho intermitente. Agora, a proposta de reforma da Previdência aparece como mais uma das tentativas do Governo de fragilizar o pacto social da Constituição de 88, ameaçando os direitos garantidos.
Se antes a questão era a legitimidade do Governo Temer para aplicar tantas mudanças estruturais que afetariam brasileiros que nunca tiveram a chance de conhecer o seu plano de governo, agora as diferenças gritantes da proposta de reforma dos militares questionam a legitimidade do Governo Bolsonaro de aplicar uma reforma da previdência. Quanto mais influência se tem no governo, menores são as perdas? A PEC 06/2019 não vem para reformar a previdência, vem para reformar a seguridade social com mais de 60 artigos que influenciam diretamente a vida de todos os brasileiros de uma maneira ou de outra.
O regime de capitalização também foi tópico de discussão durante a entrevista. Levaram-se anos para construir um sistema de contribuição previdenciária intergeracional que é profundamente baseado na solidariedade e responsabilidade com as futuras gerações. Reestruturar esse sistema fará de nós uma sociedade não apenas miserável no quesito benefícios, como também em princípios.
Como se esse argumento não fosse suficiente, é necessário destacar que em um regime de capitalização, a contribuição é assegurada, mas o benefício não é garantido. Dependendo dos investimentos que serão feitos com o dinheiro (escolha que irá ditar a porcentagem de rendimentos), no final o trabalhador pode acabar sendo remunerado basicamente pelo valor que contribuiu durante toda sua vida. Vale ainda ressaltar que a nossa participação na administração desses fundos é mínima ou zero. Os bancos é que escolhem como todo esse dinheiro será aplicado.
O discurso quase catastrofista de que sem a reforma o Brasil para, só é válido para quem não enxerga que o país está estagnado na economia há muito tempo. Existe um argumento de que a reforma da previdência servirá para alavancar a economia e gerar uma poupança de 1,1 tri em 10 anos para o Governo Federal, equilibrando assim as contas públicas. O que ninguém conta é que a soma das isenções com as sonegações da contribuição previdenciária, também resulta em trilhões de reais que poderiam ser usados para quitar a dívida pública. Estão jogando em cima da Previdência a responsabilidade de uma conta que não é da Previdência e muito menos dos trabalhadores.
Estes e outros assuntos foram abordados e serão transmitidos na entrevista da UFPR TV. O programa é uma parceria da UFPR TV com a APUFPR e trata de assuntos que concerne em especial a classe dos professores universitários, mas também a sociedade em geral. O UFPR Especial será transmitido no mês de abril no canal 15 da TV a cabo e também estará disponível no canal do youtube da emissora. A DS Curitiba irá informar os filiados a data de transmissão e também divulgar o vídeo na íntegra, pelo youtube.
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