Na semana passada, pedimos que os auditores-fiscais encaminhassem sugestões de obras literárias, técnicas, tributárias, jurídicas, previdenciárias e aduaneiras, escritas por auditores-fiscais, filiados ou não, para que pudéssemos trabalhar na valorização da nossa categoria e das suas vocações fora do ambiente de trabalho, de tal forma que pudéssemos contribuir para uma sociedade mais evoluída e racional.

A DS Curitiba foi surpreendida ao receber, nesta semana, sete produções do aposentado Auditor da Receita Federal do Brasil, Paulo Marcelo Soares da Silva, de 69 anos. Graduado em Direito, Licenciado em Geografia e Especialista em Direito Tributário, ele não se considera um verdadeiro escritor: “Escrevo como diletante, como amador, como aprendiz. Escrevo e desenho as minhas historinhas em quadrinho porque gosto. Me faz bem”.

A paixão começou pela leitura, um hábito que preservava desde novo. Paulo conta que em sua casa tinham alguns livros e gibis e que, mais tarde, quando participava da diretoria da União Paranavaiense dos Estudantes (UPE), emprestava alguns livros na biblioteca. “Quem me ajudou bastante foi meu irmão mais velho que sempre trazia livros para mim, ele também escrevia e ainda escreve muitas coisas”.

Antes mesmo de lançar seu primeiro livro, já escrevia contos e poesias que renderam algumas vitórias em concursos literários em âmbito estadual. Como não poderia ser diferente, seu gênero literário favorito são os contos e seu autor preferido é o contista russo Anton Tschecov. Como resultado dessas conquistas, Paulo ficou muito conhecido em Paranavaí, cidade em que morava e onde passou grande parte da sua vida.

Sua primeira produção foi a “História de Paranavaí”, feito a pedido do prefeito da cidade na época, Benedito Pinto Dias. Ele conta a história do município, com fotos e documentos. “É um trabalho interessante para as novas gerações. Sei que já serviu de referência a vários novos autores que tratam sobre a história e a colonização do Norte e do Noroeste do Paraná”, o autor reconhece a importância.

Grande parte das suas obras são sobre Paranavaí. Qual a sua relação com a cidade?
É a realidade que conheço. Vivi no meio dos cafezais e vi os cafezais se extinguindo. Depois vi a pecuária chegando. Mais tarde, vi as pequenas e grandes indústrias se instalando no município. Não nasci em Paranavaí, mas passei grande parte da minha vida lá. Cresci lá. Fui servidor concursado da Prefeitura Municipal onde ocupei cargos como Chefe de Gabinete do Prefeito, Assessor de Planejamento, Secretário de Expansão Econômica, Presidente da Unidade Municipal do INCRA, Presidente da Unidade Municipal do MOBRAL, Presidente Subsidiário da Junta do Serviço Militar, Membro do Conselho de Curadores da Fundação Faculdade Municipal de Educação e Ciências e Letras de Paranavaí, membro do Conselho Deliberativo da Fundação Cultural. E, em 1996, com muito orgulho, recebi o título de Cidadão Honorário de Paranavaí, concedido pela Câmara Municipal da cidade.

Os livros são de publicação própria ou foram publicados por alguma editora?
A maioria deles é de publicação própria. São trabalhos simples. Meu trabalho é caseiro e não sou nenhum especialista que pudesse chamar a atenção de alguma editora de nome. Repito: escrevo como diletante, como amador, como aprendiz. Escrevo e desenho as minhas historinhas em quadrinho porque gosto. Me faz bem. Sei das minhas limitações e não cultivo grandes pretensões nessa área. As tiragens dos meus livros são pequenas, no máximo 50 volumes, com exceção da História de Paranavaí (da Fundação Cultural da cidade) e do Xondó e o Furto da Vassoura (publicação do Instituto Memória Editora).

Paulo Marcelo nos contou que tem vários outros livros praticamente prontos, dentro dos mesmos gêneros. Na época em que trabalhava, alguns colegas tinham conhecimento da sua escrita, mas poucos, só os mais próximos. Ficamos gratos em compartilhar a sua história e disponibilizar as suas obras para os nossos filiados, as reservas desses e outros livros escritos por auditores-fiscais podem ser feitas pela Biblioteca Virtual da DS Curitiba para a retirada dos livros na sede.

Produções do Autor: História de Paranavaí - 2ª edição (2015). Xondó e o Furto da Vassoura (2013). O Lendário Capitão (2014). As Flores dos Cafezais (2015). Joaninha e o Grande Jogo de Futebol (2016). Encantamento (2017). A Viagem (2017). Todas essas anteriores estão disponíveis para reserva. Além disso, Paulo participa de duas coletâneas de contos premiados (vários autores) publicados pela Casa da Cultura dos Trabalhadores da Quimigal.