Notícias

Imagem

Incentivo fiscal para doadores financia instituições americanas

A estreia do ano letivo do curso de Estudos de Museu na Escola de Extensão de Harvard, ontem, em Cambridge, teve o Brasil como tema central. O incêndio no Museu Nacional serviu de estudo de caso para a diretora do programa de graduação, Katherine Burton Jones.
 
Ela defende que é preciso discutir outros modelos de museus, que não só o americano.
 
Nos Estados Unidos, os museus contam com quatro fontes de receita diferentes. A doação privada responde por 35% da receita.
 
No país, a legislação tributária prevê incentivos fiscais à filantropia. Quem doa, paga menos imposto.
 
Segundo a Aliança Americana de Museus, 35% das receitas das instituições vêm das doações de entidades e pessoas físicas.
 
O restante é dividido entre suporte do governo (19%), renda por exposições, vendas em lojas e aluguel do espaço para eventos (35%) e retorno de investimento (11%). Estudo publicado pela fundação Giving USA calcula que as doações para suporte às artes e cultura chegou a US$ 19,5 bilhões em 2017.
 
Laura Roberts, fundadora do The Museum Group (TMG), um consórcio de profissionais do ramo, considera que o modelo de negócio americano tem influência direta no resultado das exibições. "Os museus precisam se manter interessantes para seus investidores. Você precisa se provar no mercado repetidas vezes. A vitalidade dos museus está absolutamente relacionada com esse modelo de negócio", afirma a especialista.
 
No Brasil, a falta de incentivos fiscais e o regime tributário são considerados fatores que deixam de estimular a filantropia.
 
Enquanto nos EUA o imposto de renda pode ser abatido em até 50% quando há doação, no Brasil o limite do abatimento para pessoa física é de 6%.
 
"Há um oceano de diferença entre o incentivo fiscal no Brasil e nos EUA", explica a advogada Juliana Ramalho, do escritório Mattos Filho. A advogada Flávia Regina Oliveira, do mesmo escritório, acrescenta que o Brasil é um dos únicos países a cobrar imposto sobre doação.
 
Ao Estado, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse ser um "entusiasta" do modelo americano. "Foca a gestão das instituições", afirmou.
 
Atrativos. "Muitos países da Europa estão olhando para esse modelo", afirmou Katherine Jones.
 
Segundo ela, os museus que sobreviveram à crise de 2018 tiveram o suporte de doadores leais, mas também tentaram se tornar mais atrativos.
 
Considerado um modelo por diretores de museu no Brasil, o Museu Americano de História Natural de Nova York investiu em tecnologia para ir além dos famosos esqueletos de dinossauros, oferecendo, por exemplo, o setor espacial, que inclui o planetário. "Os museus estão muito preocupados e conscientes com o que os visitantes querem", afirmou.
 
 
Fonte: Estadão

Comente esta notícia

código captcha
Desenvolvido por Agência Confraria

A Delegacia Sindical de Curitiba do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

Saiba mais sobre o tratamento de dados feito pela DS Curitiba CLICANDO AQUI. Nessa página, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito da DS Curitiba, bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e de nossa Política de Cookies.