O gosto pela arte como inspiração para a vida: filiado da DS une história e arte em romance investigativo
Um dos objetivos aqui na DS Curitiba é promover a valorização dos Auditores-Fiscais na nossa região. Para isso, queremos conhecer a nossa categoria de perto e a fundo, a fim de dar destaque não somente a importância da sua atividade, mas também as vocações que fazem de nós indivíduos presentes e protagonistas em uma sociedade cada vez mais evoluída e pensante.
Com isso em mente, entrevistamos o Auditor-Fiscal Sérgio Carneiro e trazemos hoje mais uma história que tem a literatura como paixão e que encontrou na escrita uma forma de lembrar e homenagear aquele que foi o seu principal incentivador.
Sérgio Ricardo Costa Carneiro, nasceu em Recife e tem 55 anos de idade. Formado em Análise de Sistemas, Sérgio deixou a capital pernambucana ainda cedo, com 3 meses de idade para morar no Rio de Janeiro com a sua família. Em 1995, já casado, com uma filha e morando em Fortaleza, entrou na Receita Federal do Brasil, como Técnico do Tesouro Nacional. Passou ainda por Floriano (Piauí) e São Luís do Maranhão. Atualmente atua em Curitiba, no SEPAC da Superintendência, na seleção e programação de contribuintes.
Com o nome fictício “Sérgio Lang”, ele assina uma obra de romance investigativo que se passa no Sudeste do Brasil e prende o leitor a cada novo capítulo. O livro lançado em 2014 “República Paradiso: Crimes e Segredos” busca desvendar os mistérios por trás de um crime ocorrido no início da década de 70 em Ouro Preto – Minas Gerais. Ao unir romance, investigação, história e arte, Sérgio nos transporta do papel de leitor para o papel de personagem e nos convida a viver o enredo da obra junto aos protagonistas quando nos coloca diante de uma Minas Gerais que respira o rico passado do nosso Brasil, ainda remanescente e vivo nas ruelas e pontes de Ouro Preto e Mariana (MG).
Além de escritor, Sérgio também é músico e confessa que a arte em geral lhe proporciona um espaço de descobertas e prazer: “Como sugeriu o grande poeta Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta””.
Eis a entrevista:
De onde veio o seu gosto pela leitura?
Além de advogado e político, meu pai era ator e declamador. Em nosso pequeno apartamento, no Rio, eu me via cercado de livros, em especial, peças de teatro e livros de poesia. Aos 10 anos, minha irmã e eu frequentávamos a biblioteca pública da Lagoa, no Leblon, e competíamos para ver quem lia mais livros por semana. Monteiro Lobato, Júlio Vernes e Alexandre Dumas eram alguns dos autores que expandiram os limites da minha imaginação.
E em que momento você decidiu que queria escrever um livro?
Surgiu da leitura de um pocket book, que um colega cearense me emprestou para que eu pudesse praticar o meu inglês: “The Da Vinci Code”, de Dan Brown. Lembro que devorei o livro em pouco tempo e fiquei intrigado com a mágica por trás da trama, que me deixava grudado, página após página. Me perguntei se seria capaz de escrever uma história assim. Do resgate da imaginação da infância e do desafio pessoal nasceu República Paradiso.
E a inspiração para o enredo? Por que escolheu Ouro Preto como cenário?
A inspiração veio da cultura brasileira, em especial a mineira com suas lendas e história riquíssima. Ouro Preto é uma cidade que parece ter parado no tempo. A gente se teletransporta para o século 18 perambulando pelas ruas e ladeiras daquele lugar. Tem todo o charme de uma cidade universitária, da tradição das repúblicas de estudantes, dos inconfidentes, do Aleijadinho. Passei um Carnaval lá, eu tinha uns vinte e poucos anos, e fiquei fascinado por aquela atmosfera de mistério e magia. Na fase de pesquisa, soube da história verídica de uma jovem encontrada morta, nua, no cemitério. E teve a questão da religiosidade também, que sempre me atraiu. Estudei em colégio de padres, no Rio.
Como foi o processo de escrita?
Comecei a escrever logo depois da morte do meu pai, em 2007. No início de 2008, visitei Ouro Preto sozinho, pesquisando e percorrendo os lugares que seriam os cenários da trama. Quando achei que tinha terminado, descobri as tais técnicas de escrita profissional e comecei tudo de novo. Foi como mudar a estrutura de um prédio que parecia pronto. Aprendi muitíssimo nesse processo.
Considera que teve sucesso na empreitada?
Acho que para um autor brasileiro iniciante não foi nada mau. A editora era pequena, nem existe mais, mesmo assim conseguiu lançar o livro em grandes livrarias, no Brasil todo. Mas o retorno que eu recebo dos leitores, ainda hoje, quase quatro anos depois do lançamento, não tem preço. Tem gente que visita Ouro Preto e refaz os caminhos por onde passaram os personagens; eu acho isso fantástico.
Tem planos de escrever outros livros?
Certamente. O próximo já está no meio da estrada. Falaremos sobre obras de arte, transplantes, tráfico de órgãos humanos e a cultura judaica no Recife, dentre outros temas. O delegado Alpoim, policial federal que atuou discretamente no primeiro livro, reaparece, agora como protagonista.
Você compartilha o gosto pela leitura com os colegas de trabalho?
Os auditores-fiscais, em geral, são pessoas cultas. Alguns são escritores também. Temos artistas plásticos, músicos e poetas imiscuídos na Receita Federal. Tempos atrás, o colega Sérgio Valladares, poeta e astrólogo, fez uma letra fantástica para uma música minha, inspirada no momento que eu vivia. Ficou bem legal. Não por acaso, chama-se “Vida de Personagem”.
O referido livro logo estará disponível na biblioteca da DS Curitiba, mas se você deseja adquirí-lo entre em contato com o autor através do e-mail: carneirosergio@hotmail.com
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