Entrevista com Luiz Bicalho, que foi membro da Comissão que preparou o último CONAF (2012) realizado no Resort da Bahia.

Na sua opinião, se o CONAF 2012 deu certo na Bahia, o CDS também dará?

Pra começar, eu votei na comissão contra a realização do CONAF na Bahia. Eu, junto com mais alguns colegas, entendíamos que o melhor local seria em Brasília, para permitir uma pressão maior sobre o governo e o congresso, maior espaço na mídia, etc.

Além disso, o sucesso do CONAF deveu-se mais à sua organização, à sua preparação, à discussão das teses e propostas de mudança estatutária nas DS e à condução da mesa dos trabalhos, coordenada pelo colega Serginho, da DS-BH. Aliás, toda vez que o Pedro e seus amigos falam sobre o CONAF, querem esquecer o papel do Serginho. Este tipo de briga política só atrapalha o sindicato.

Mas questionar a realização do CDS no Resort da Bahia não é briga política?

Veja bem, disputas políticas sempre existiram e sempre existirão. O homem é o animal que faz política, já definiu Aristóteles alguns milênios atrás. O problema não é este, é o tipo de briga. Se o Pedro faz algo certo, eu tenho que reconhecer. Agora, quando ele marca o CDS para um Resort, ignorando toda a gritaria que passa nas ruas, é um erro. 

Mas isto não é simplesmente um meio do sindicato gastar algo que já foi pago?

Mais ou menos. Ele quer, na verdade, pegar a conta e tirar da responsabilidade dele, do caixa da direção nacional que ele controla, para fazer as DS pagarem a conta. Este tipo de economia é muito legal. Eu paguei um hotel e não vou usar, então eu “empresto” para alguém da minha família e cobro a fatura da família. Legal. 

E, depois, existiam outras formas. Ele já reuniu a Direção Nacional lá. Já gastou um pouco da conta. Poderia vender como pacote para colegas que desejam tirar férias, como sugeriu o pessoal da base de uma DS. Enfim, soluções existem. Mas o Pedro preferiu a solução mais simples: jogou a conta para as DS. Assim é fácil. Fiz a despesa e boto outro para pagar. E não me importo com propaganda ruim para o Sindicato. Os próprios colegas nossos criticam este tipo de coisa. 

O Pedro não liga pra estas coisas. Talvez seja a hora da categoria votar em alguém substancialmente diferente do Pedro, que ligue para estes problemas também.