Infraero terá de ampliar corte de funcionários
A saída de mais três aeroportos da rede da Infraero a partir de 2014 obrigará a estatal a fazer uma reestruturação profunda, ampliando corte de funcionários e despesas.
O Plano de Reestruturação, ao qual a Folha teve acesso, fará com que o número de servidores a deixar a companhia passe dos 2.900 programados inicialmente para 3.800. As nove superintendências regionais serão extintas.
O plano, além de preparar a empresa para um novo cenário da aviação civil, também tem o intuito de deixar a companhia pronta para uma futura abertura de capital.
A reestruturação foi forçada por dois movimentos. O primeiro foi a frustração na expectativa do número de trabalhadores que deixariam a empresa com a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília.
Dos 2.500 servidores dessas unidades, 1.800 decidiram ficar na Infraero, quando a expectativa era que apenas mil continuassem. As despesas se mantiveram em nível elevado.
Isso vai levar a estatal a ter prejuízo contábil. O lucro operacional, que em 2012 foi de R$ 396 milhões, cairá para menos de R$ 80 milhões.
O dinheiro para as obras previstas, contudo, está garantido porque são recursos do Tesouro Nacional.
O outro fator que forçou a reestruturação foi a confirmação da concessão de Galeão (RJ) e Confins (MG), que passarão a ser administrados pela iniciativa privada em 2014. Eles se juntarão a outro aeroporto, em Natal (RN), que já foi concedido em 2010.
Sem essas seis unidades, a estatal perderá 52% das receitas. As despesas, por outro lado, encolherão 33%. Isso ocorre porque esses eram os aeroportos mais lucrativos.
Considerando a experiência, o governo espera baixo interesse dos 1.300 funcionários de Galeão e Confins em deixar a estatal e passarem a ser funcionários do administrador privado. Por isso, a meta do plano de demissão voluntária terá de ser ampliada.
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DIMMI AMORA
Fonte: Folha de S. Paulo
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