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O Brasil estragou tudo?, questiona revista 'Economist'

Se em 2009 a revista britânica "The Economist" sinalizava que a economia brasileira estava pronta para decolar, hoje o sentimento é de pessimismo.
 
Naquele ano, a revista trazia na capa o Cristo Redentor na forma de um foguete, prestes a levantar voo, com o título "Brasil takes off" ("Brasil decola", em tradução livre). A nova edição, de outubro, e que deve ser publicada nesta quinta-feira (26), também mostra o Cristo, mas, desta vez, em trajetória de queda.
 
A reportagem de capa, de 14 páginas, questiona "Has Brazil blown it?" ("O Brasil estragou tudo?", em tradução livre).
 
Não é a primeira vez que a revista critica a economia brasileira.
 
Em junho, chamou de medíocre o desempenho da país desde 2011 e pediu, em tom irônico, para o ministro Guido Mantega permanecer no cargo. Em reportagem anterior, havia pedido sua saída.
 
Desde 2012 a publicação britânica já vem adotando tom mais cauteloso quando o assunto é o Brasil. As matérias dedicadas ao país chamam a atenção, entre outros fatos, a riscos políticos, elevados custos para fazer negócio e protecionismo no petróleo, o que afastaria investidores externos.
 
Capas da revista 'The Economist' em 2009 e em outubro de 2013; Enquanto antes dizia que Brasil iria decolar, sentimento hoje é de pessimismoCapas da revista 'The Economist' em 2009 e em outubro de 2013; Enquanto antes dizia que Brasil iria decolar, sentimento hoje é de pessimismo
 
 
CRÍTICAS
 
A matéria contrasta dois momentos bastantes discrepantes da economia brasileira. Primeiro, quando sinalizava um futuro bastante promissor ao registrar crescimento de 7,5% em 2010, o melhor desempenho em um quarto de século. Para aumentar a magia, o Brasil foi premiado tanto com a Copa do Mundo (2014) quando com as Olimpíadas (2016), diz a matéria.
 
De 2010 para cá, porém, o que se viu foi um tranco. Em 2012, a economia cresceu 0,9%, bem abaixo do que foi visto em 2010. Além disso, em junho de 2013 milhares de pessoas foram às ruas para protestar do alto custo de vida, da má qualidade dos serviços públicos e da corrupção.
 
Segundo a matéria, muitos já perderam a esperança de que o país decolou e que o crescimento passado foi apenas outro "voo de galinha" --expressão usada para designar surtos econômicos de curta duração.
 
Ainda segundo a reportagem, o Brasil fez poucas reformas durante os anos de boom econômico. Diz que o setor público brasileiro impõe um fardo particularmente pesado no setor privado.
 
A "Economist" ressalta que as empresas enfrentam o sistema tributário mais pesado do mundo, com impostos que chegam a 58% sobre a folha de pagamento e que o governo tem suas prioridades de gastos incoerentes.
 
INFRAESTRUTURA
 
Quanto à infraestrutura nacional, diz que é ruim e o investimento, muito pequeno. "Gasta-se 1,5% do PIB em infraestrutura, contra uma média global de 3,8%", afirma a reportagem.
 
Para a revista, os problemas do Brasil vêm se acumulando ao longo das gerações, e a presidente Dilma tem sido relutante ou incapaz de enfrentá-los, o que criou novos problemas justamente por interferir na economia --mais do que o ex-presidente Lula.
 
"Ela assustou investidores estrangeiro em projetos de infraestrura", avalia.
 
"DILMA FERNÁNDEZ"
 
Para o Brasil se recuperar, precisa de reforma, diz a revista, sobretudo no que diz respeito aos impostos.
 
Destaca ainda que os impostos representam 36% do PIB, a maior proporção entre os emergentes, mas ao lado da Argentina.
 
Nesse contexto, a matéria ironiza ao chamar a presidente de "Dilma Fernández", fazendo uma referência à presidente da Argentina Cristina Fernández Kirchner.
 
Também criticou o setor previdenciário brasileiro. Embora seja um país jovem, o Brasil gasta uma grande parcela da sua renda nacional com aposentadorias e pensões.
 
"O governo precisa remodelar o gasto público, especialmente pensões", afirma.

Fonte: Folha de S. Paulo

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